domingo, 13 de outubro de 2013

6. A Canção do Abismo


Enterrada em uma cova rasa
No fundo da tua memória
É onde tudo deve ficar
Não haverá a quem te olhar

O abismo irá cantar novamente
Enquanto a lama cobre o rosto
Busca a ti em tua mente
Nunca mais te perca em desgosto

Apague o fogo com as próprias cinzas
O escorpião também morre do próprio veneno
Bebas do teu próprio amor
Espera morrer tudo, seguro e sereno

O Sol voltará todas as manhas
E os tolos serão felizes sem pensar
Encontre sua vida nos lugares esquecidos
Deixe tudo o que é pequeno demais sem se importar

Volte todos os dias ao ultimo suspiro
E destrua tudo o que tanto protegeu
O abismo e as sombras não são delírios
Abraças apenas o que é verdadeiramente teu

Viverás um pouco nesta morte calma e clara
Longe de tudo que amaras
Deixará as cicatrizes sumirem, esquecerás o que passaras
Serás firme e forte para encontrar a tal joia rara

As tuas correntes tornarão a virar pó
E o pó cobrirás ao teu passado
E não haverá somente um garoto assustado
Mais sob o sol um novo homem, firme e só

Então é melhor que os façam fugir
Eles não irão querer sentir o que sentistes
A canção do abismo e as sombras estarão sempre a te seguir
E você os seguirá também sempre que à canção ouvires