quinta-feira, 19 de setembro de 2013

5. Fendas nos Céus

Não há escapatória para teus erros
O que fizeste está feito, este é o teu destino
Por mais que desejes, és tudo passado
Continua vivisecando-te neste cruel ensino

Aprendendo com tua dor
Assistindo a falência do teu organismo
Às duras perdas impostas pelo teu idealismo
Tiram o brilho dos olhos e da boca a cor

Manchas vermelho-ocre de sangue e fel
Espiralando até sua consciência
Delimitando e definindo tua existência
Lá estão as fendas nos céus

Elipses truncadas em sua pele
Expressões ondulatórias, senóides de humor
Trajetórias interpoladas de prazer e dor
E qual a razão que te compele?

Caindo em desgraça, pois esperastes demais
Tentando compreender tudo o que havia por trás
E o rosto não era uma mascara, era vivo
Este é o seu fracasso, seu oblívio

As fendas no céu se espalham como doença
Destruindo tudo o que havia para se contemplar
Os fatos destroem tuas crenças
Não há possibilidade de escapar

E os céus caem, tal teu espírito
A canção cruel é a harmonia do abismo
A escuridão e o vazio te deixam aflito
A quem culpar? Ao teu egoísmo.